Arocs à conquista da floresta
Entrevista
Quando é preciso entrar em terrenos difíceis, com declives e floresta, para carregar muitas toneladas, em quem é que pode confiar? A Valco sabe, e os seus motoristas confirmam, que é um trabalho para o Mercedes-Benz Arocs.
A poucos metros da placa que sinaliza a entrada na localidade, o discreto edifício avermelhado, exatamente no mesmo sítio onde a empresa nasceu, em 1958, não deixa antever a dimensão atual do grupo Valco. Os 140 metros da Carpintaria de Vale Covo cresceram para 100 mil metros quadrados, e a pequena sociedade inicial deu origem a sete empresas detidas pela família do fundador que teve a ideia de comprar a primeira máquina. Tinha apenas 18 nos, a terceira classe mas agora, 60 anos depois, é o filho, Rui Oliveira, que lidera a administração do grupo e os netos também trabalham nas empresas.
O atual nome da Valco – Madeiras e Derivados SA surgiu em 2003
(com a constituição da sociedade anónima), e sintetiza o nome da
aldeia onde tudo começou: Vale Covo. O grupo recebeu a mesma
designação e inclui empresas do sector das madeiras, como a Emprimade,
especializada em portas, mas também de outros complementares, como a
Vidlis, de transformação e aplicação de vidro, todas localizadas na
zona de Leiria. Não fossem os incêndios de 2018 na região e o grupo
teria avançado com a unificação das suas duas unidades de serração sob
uma única indústria. A destruição da mata local e da zona limítrofe
inviabilizou o projeto. “Estimo que a atividade de serração de madeira
de pinho irá reduzir muito nos próximos dois a três anos por falta de
matéria-prima”, lamenta Rui Oliveira.
Felizmente, a verticalização das atividades, dentro do sector (desde
as propriedades florestais próprias à compra e ao abate, passando
pelo transporte, o corte da madeira e o seu enriquecimento), bem como
a inovação, permite manter a robustez do grupo. A Valco acaba de
investir numa linha de indústria 4.0, e tem três pessoas a fazer
roupeiros personalizados a partir de desenhos informatizados que
comunicam diretamente com as máquinas de produção. A Valco Transportes
foi criada há cerca de 15 anos, já que os produtos do grupo, madeiras
e derivados tais como portas, roupeiros, carpintarias, vidros e
ferragens, entre outros, não viajam bem noutra transportadoras, por
não terem medidas padrão e porque muitas
entregas, como no caso
da construção, são feitas por fases, o que não é fácil de coordenar
com empresas externas.
Frota de confiança.
O grupo tem mais de 20 viaturas, sendo que os camiões utilizados para transporte de longo curso constituem 60 por cento da frota e os restantes são veículos de tração total para circular na floresta. “Enquanto os nossos concorrentes adquirem a madeira em fábrica, nós temos a filosofia de ir à floresta escolher a melhor madeira, para a valorizar. Para isso, precisamos de camiões com gruas florestais, para recolher a madeira que abatemos e levá-la até à fábrica, na faixa litoral entre a Nazaré e a Figueira da Foz”, explica Rui Oliveira. Estes veículos, com atrelado, estão preparados para transportar 60 toneladas de rolaria, numa distância de 30 a 50 quilómetros, duas a três vezes por dia, pelo que os pressupostos fundamentais para a aquisição são a tração, as tomadas de força para as gruas, potência e robustez, para andarem na floresta nas condições mais extremas. “Daí a razão de termos veículos Mercedes-Benz nesse trabalho. Temos 15 viaturas da marca que reforçam a nossa confiança na Mercedes-Benz", garante o administrador, que aos 10 anos já trabalhava nos tempos livres na empresa do pai.
Os seis motoristas dedicados ao serviço da floresta agradecem a aposta da Valco. “Têm vaidade e dizer que trabalham com Mercedes e, por vezes, cria-se até uma rivalidade engraçada entre potências. Estão sempre a ver quem é que ultrapassa quem durante o trabalho. Conforme vamos renovando a frota vamos aumentando a potência e as novas viaturas são atribuídas como uma forma de evolução de carreira. Há sempre expectativa sobre para quem será o carro novo.”
"Sabemos que a Mercedes-Benz é o maior construtor mundial de camiões e isso dá-nos confiança."
Relação de confiança.
Quanto às viaturas de distribuição de produto acabado – portas,
aros, revestimentos de painéis, roupeiros, pavimentos, materiais de
construção –, Rui Oliveira admite: “Andam constantemente de norte a
sul e fazem muitos quilómetros, por isso, pensamos muito no consumo e
na otimização da condução, embora o conforto do motorista também
esteja sempre presente. Temos apostado na monomarca porque nos dá
garantias ao nível da substituição de peças e do conhecimento dos
próprios mecânicos. Sabemos que a Mercedes-Benz é o maior construtor
mundial de camiões e isso dá-nos
confiança.” Além de que a
revenda destas viaturas, aquando da sua substituição, tem também uma
valorização. “De facto, é mais fácil colocá-las à venda do que fazer o
abate direto”, confessa o administrador.
A relação com a marca já é histórica. O segundo camião da empresa, há cerca de 40 anos, era Mercedes-Benz. “Foi o meu pai que fez pressão para que o importassem, porque já nessa altura fazia muitas feiras na Alemanha, à procura de equipamento, e via por lá os carros que gostaria de ter cá. A partir daí sempre tivemos Mercedes-Benz. Até o meu carro particular! Entendemos que são viaturas fiáveis, que são para trabalhar e não para estar na oficina.” Aliás, até dentro de casa Rui Oliveira tem uma Mercedes. É o nome da neta.
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